quinta-feira, 17 de março de 2011

Caos na Urca causado por filmagem ocupando o Cassino, provavelmente sem publicar autorização legal no Diário Oficial do RJ

Caros Urcanos, amigos da Urca, todos(as)

Ontem, dia 16 de março de 2011, já era noite, quando os moradores da São Sebastião, para citar apenas estes, encontraram-se reféns de um grande e inexplicável engarrafamento. A causa foi a interrupção de trânsito e reserva de vagas de estacionamento nesta mesma rua, ocasionadas pela gravação de uma minissérie ("O divã") na rua Cândido Gaffrée, e, sobretudo e lamentavelmente, no prédio do antigo Cassino da Urca (alias antiga Tv Tupi).

Fui avisado, por volta das 10:30 da manhã, pela presidenta da AMOUR, da necessidade de documentar a situação. Em busca de informações, desci a São Sebastião, constatando a reserva de vagas, como podem ver na foto acima, e fui até a porta do Cassino, onde achei um responsável do evento. Perguntei-lhe se ele sabia que o prédio estava sob júdice, não podendo, nas circunstâncias atuais, ser ocupado. Ele me respondeu pela afirmativa (!), enquanto mandava às pressas liberar o passeio, totalmente obstruído pelo material de TV, para a passagem de um carrinho de criança: o fato lhe tinha sido comunicado pelo próprio cessionário atual do prédio, o Istituto Europeo di Design - IED, o qual, que nem direito de funcionar tem, ainda se outorgou o direito de "emprestar", a título gratuito, o prédio para a gravação. Difícil de acreditar, mas é verdade!
Uma ilegalidade a mais, uma a menos, na Urca, o IED já perdeu a conta! Tanto que esqueceu de avisar que o estacionamento do prédio, onde vemos o caminhão da TV estacionado, na foto abaixo, está interditado pela defesa civil!

Para lembrança, este estabelecimento de ensino superior quer implantar no local uma faculdade, o que é notória e expressamente proibido pelo zoneamento, i. e. Zona Residencial 2 - ZR2. Para encurtar, há anos que o IED se obstina, embora tenha sido informado, INCLUSIVE PELA AMOUR, DESDE O INÍCIO, da indiscutível ilegalidade do uso que pretende fazer deste prédio, que é patrimônio municipal público e tombado, ou seja, é um patrimônio nosso, do povo carioca. Tudo isso sem dispor de uma única vaga de estacionamento... legal!
Em suma, um arquétipo completo do comportamento “ilegal, e daí?”
Então, ao anoitecer, o vaivém dos caminhões de transporte de material, grupo eletrogêneo, etc., paralisou o trânsito na esquina da Av. São Sebastião com a Av. João Luis Alves, tornando um inferno a vida dos moradores da ladeira.
Como vocês devem saber, a reserva de vagas em espaço público, tal como o fez a gravação da minissérie inclusive no início da São Sebastião, exige uma autorização da prefeitura/CET-RIO, e publicação no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro - DOMRJ. E qual foi nossa surpresa quando, indagados por uma moradora escrupulosa e arguta,
procuramos no DOMRJ a tal autorização para a reserva de vagas, e não achamos NADA, nem dentro, nem fora, dos prazos de publicação legais.
Verifique você mesmo no site do DOMRJ clicando aqui e corrija-nos se estivermos enganados. Quanto aos documentos com as leis a que nos referimos, gentilmente indicados pela mesma moradora, estão disponíveis para o público aqui.
Já sabemos qual foi o resultado do total desprezo pela população, o bairro, a lei, a cidade e seu símbolo, o próprio pão de açúcar, que abrigamos com orgulho.
TRATA-SE DE MAIS UM AGRAVANTE QUE REVELA A MENTALIDADE REAL DO ATUAL (PRETENDENTE A) OCUPANTE DESTE PRÉDIO PÚBLICO E NOSSO QUE É O CASSINO.
Confiram o caos com os próprios olhos e ouvidos
aqui e aqui (desculpem a orientação dos vídeos, não quero que peguem um torcicolo, mas já poderão ter uma boa idéia do ocorrido).
Paradoxalmente, a confusão pode ter tido seu lado positivo: se ainda há, no Rio, quem duvide do absurdo que seria implantar uma faculdade no prédio do antigo Cassino, teve uma boa simulação
ao vivo do caos provocado, além de esta implantação ter sido declarada ilegal, até a data de hoje, inclusive após recursos do IED, todos indeferidos, pelo Ministério Público. E vem mais.
Pedimos à população da Urca que manifeste e testemunhe seu descontentamento escrevendo para: aloamourARROBAgmail.com (substituir o ARROBA por @ quando escrever - esta é uma medida antispam)

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