segunda-feira, 14 de junho de 2010

Urca reage à nota de Ancelmo Gois do 12/06/2010

Caros amigos da Urca, amigos do Rio, Urcanos, amigos da legalidade e sustentabilidade urbana do mundo inteiro,
No sábado 12/06/2010, o jornalista Ancelmo Gois divulgava a seguinte notícia, (reproduzida abaixo para fins não profissionais e comerciais, em respeito dos direitos do O Globo):
"gois de papel
A coluna de hojeIED aprovado na Urca
A Justiça autorizou ontem o inicio das atividades do IED, centro de pesquisa e ensino de moda, artes e design, no antigo prédio do Cassino da Urca, no Rio.
Pode ser, quem sabe, o fim da novela judicial que se arrasta desde 2007, quando a Associação de Moradores da Urca, por temer tumulto num bairro acanhado, se rebelou contra a instalação da unidade do instituto".
(http://oglobo.globo.com/rio/ancelmo/posts/2010/06/12/a-coluna-de-hoje-299428.asp)

Agora seguem as cartas indignadas de moradores da Urca, que pertencem ou não à AMOUR, em reação a essa notícia:
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Prezado Ancelmo,

Tive conhecimento das muitas cartas de moradores da Urca lhe foram dirigidas, sobre a nota da sua coluna de ontem: "IED aprovado na Urca".

Li inclusive sua elegante resposta à Lídia Kosovski, na qual você concorda conosco que “defender a Urca é defender o Rio”. Esse é bem o espírito da AMOUR que percebe o bairro como patrimônio da cidade e recanto de expressão da alma carioca.

Sobre as questões jurídicas, gostaria de prestar os seguintes esclarecimentos:

A autorização dada para o funcionamento é PROVISÓRIA. O histórico é o seguinte:

A Ação impetrada pelo Promotor da 7ª Promotoria de Justiça da Cidadania, Dr. Rogério Pacheco Alves, pediu liminarmente a suspensão da obra no imóvel do Cassino da Urca.

■ No julgamento dessa ação, a Exa. Dra. Grace Calil, Juíza de Direito, da 3ª Vara de Fazenda Pública, deferiu parcialmente esse pedido alegando que as obras no imóvel em si não trariam prejuízo, mas determinou que fosse vetado o início das atividades do IED, enquanto a causa estiver em julgamento, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais).”

O IED recorreu dessa decisão e conseguiu agora uma autorização provisória para funcionar, ainda em julgamento.

■ O mérito da ação, porém ainda não foi julgado.

Próximos passos:

Vamos esperar a sentença final...

Há ainda um longo caminho judicial a percorrer e muitos impedimentos para que o IED ocupe definitivamente o imóvel pretendido.

Abraços,

Celinéia Paradela Ferreira (Presidente da AMOUR – Associação dos Moradores da Urca)


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Caro Anselmo,
Neste dia dos Namorados , falo em prol do recanto da Urca, com sua murada, alguma tranquilidade e atmosfera para namorar. Recanto amável,um dos ultimos redutos acolhedores desta cidade , fato resultante de lutas contínuas, adequadas e justas , como esta ultima , empreendida ha anos , por moradores do bairro , contra a instalacão do IED.
Como leitora e assinante de O Globo, cidadã e pela inspiracão da data , enamorada eterna desta cidade, rogo que esclaresca os termos da nota lancada nesta coluna , que trata a informacão relativa à ultima decisão jurídica , provisoria, liberando o funcionamento do IED. A nota - ao não fornecer os dados completos do caso,- sugere sentido equivocado aos leitores , induzindo-os ao entendimento de que há a consagracão de perdedores e vencedores finais à causas ainda não encerradas.

Certa da sua compreensão e atendimento,
Lidia K.

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Caro Anselmo,

Como leitora do O Globo e de sua coluna gostaria de enviar algumas preciosas colaborações acerca da nota sobre a autorização PROVISÓRIA para ocupação do CASSINO DA URCA, um bem de propriedade do Município do Rio de Janeiro, concedida ao IED – Instituto Europeu De Design.

1- Do aspecto administrativo a cessão se deu de forma irregular desde seu inicio – não houve licitação, não passou pela Câmara Municipal como prevê a Lei Orgânica de 5 de abril de 1990, e teve seu contrato questionado até pelo Tribunal de Contas Municipal;

2- Pelo aspecto urbanístico – percebe-se igual situação, pois como já se comprovou, viola o Regulamento de Zoneamento Urbano 3 de março de 1976, que não permite essa atividade em ZR2, em que se enquadra esse trecho do Bairro da Urca. Da mesma forma ignora a lei do Peu da Urca que trata o bairro como uma “Área de Proteção” ao ambiente urbano, já que essa guarda fundamentais elementos da paisagem do Rio. Segue ainda desrespeitando a lei Lei nº 5.076 de 15 de setembro de 2009. Esta última prevê a obrigação de elaboração do Relatório de Impacto de Vizinhança por ocasião de qualquer uso que venha se instalar no prédio do Cassino e prevê ainda responsabilidade administrativa, civil e criminal por parte de concessionários, permissionários e técnicos que participarem do processo de concessão do referido bem público.

Portanto, como se vê, a instalação de um processo pelos moradores representado por sua Associação questionando tamanha irregularidade não se configura uma atitude de rebeldia, mas uma justa reivindicação da aplicação dos dispositivos legais que já fazem a algum tempo parte da legislação que rege a ocupação dessa Cidade.

Solicito que esses dados, que podem ser comprovados facilmente, sejam disponibilizados aos seus leitores com o mesmo destaque dado ao IED, para que esses possam fazer seu próprio juízo de valor. Certamente eles e a população do Rio não só merecem mas têm o direito de saber o que ocorre.

Obrigada.

Marilene

Arquiteta, urbanista e moradora da Urca.

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Ancelmo e assessores,

Contribuam, senhores jornalistas, para um Rio melhor. Façam, senhores jornalistas, um trabalho de imparcialidade não dando nomes debochados como "novela" ás tramitações de processos legais e nem batizando um dos melhores bairros da cidade de "acanhado". Adjetivos como estes só nos decepcionam e destroem nossos ânimos, principalmente daqueles que ainda crêem que se faz jornalismo sério no “O Globo".

A sua coluna é uma das mais lidas do o Globo. Respeita-se as notas que se lê. Mas quando observamos que forças corporativistas estão influenciando as notas, a credibilidade vai caindo.

Como pode a nota de hoje noticiar a liberação do início das atividades do IED na Urca, chamando o bairro de "acanhado"? O que é "acanhado" para os senhores? Seria acanhada a tranquilidade de um bairro residencial onde se vive com tranquilidade e os moradores lutam por preservar? O que significa chamar um processo legal, apreciado e julgado, de "novela" ? O que pode pensar o carioca desinformado quando lê uma nota dessas? Muito provavelmente que os moradores da Urca são uns irresponsáveis, bairristas e não desejam o bem do bairro e, portanto, da cidade. Porque a equipe desta coluna não se informa? Fazendo jornalismo sério que realmente contribua para a cidade, para o cumprimento das leis, para a cidadania e para o bem estar do carioca? Poderiam se munir de informações sobre a estúpida transgressão da lei e dos danos fortemente anunciados que causarão ao bairro, a seu entorno e á toda a cidade o início das atividades do "presentinho" que a prefeitura deu aos italianos?

Em tempos de Rio na mídia, o Rio que busca se organizar e ter a parceria responsável dos cariocas, não merece ter o desembargo da liminar que impedia as atividades do IED. Se foi embargado, não foi por fortunas de uma instituição estrangeira pagas a alguns poucos. Se foi embargado, não foi porque a Urca quer ser "acanhada", mas por razões de inviabilidade, ilegalidades e muitas provas de que era ilegal .

Vocês podem ter opiniões, mas quem faz jornalismo de peso, guarda sua opinião para a mesa do bar, para a conversa com os amigos.Os adjetivos usados na nota certamente são o tempero de alianças escusas feitas com aqueles que não se preocupam nem um pouco com a destruição de um bairro.

Lilibeth Cardozo Roballo Ferreira

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Prezado jornalista Ancelmo Gois,
Foi com grande pesar que li na sua coluna essa decisão jurídica que permite o funcionamento do IED no prédio do antigo Cassino da Urca. Na verdade, é uma decisão que liberou provisoriamente a ocupação enquanto o processo tramita até a sua conclusão final, ou seja, como de costume, se usa o provisório para torná-lo definitivo. Lamentável ver o Poder Público Municipal se apoiar na justiça e defender o IED em troca da irreversível descaracterização ambiental e urbana do bairro da Urca. Como se nota, mais uma vez, prevaleceram os interesses políticos e financeiros sobre os interesses maiores da cidade.
Atenciosamente
Luiz Fernando J.
Arquiteto Urbanista

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Prezado Sr Ancelmo Gois

A nota "IED aprovado dna Urca" na edição de hoje do O Globo carece em muito de prévia e importantes informações.

Há de se estranhar que na sua equipe de 05 jornalistas todos desconheçam os trâmites judiciais que envolvem esta grave polêmica, repleta de aspectos ilegais.

Ou a irresponsabilidade com oficio levou a esta irresponsável publicação desta nota, ou é matéria paga!

Não gosto de nenhuma das suas possibilidades, mas prefiro que seja a desinformação de sua equipe.

A URCA não é acanhada, pois caso contrário o IED já estaria em funcionamento, com a improbidade do ex prefeito César Maia, e a não muito velada simpatia do atual, Eduardo Paes.

A URCA não é acanhada e sim educada, pois buscou somente na letra da LEI sua pauta de luta.

A URCA não é acanhada, mas também não pretende ser assanhada, jogando no lixo toda uma história de tranquilidade urbana em nome do evidente lucro de um grupo de "empresários apátridas".

A URCA não é coringa de um baralho velho onde um político inescrupuloso possa jogar sua ronda sem ética e desprovida de qualquer compromisso com a cidadania.

Que venha o IED para o RIO, mas não destruindo uma comunidade que tão pouco recebe do poder público em troca das altas cargas tributárias a ela imposta. Que ele, IED, vá para onde seja possível.

Finalizando, Sr Ancelmo, peça aos seus colaboradores para acessarem o site da AMOUR - Associação de Moradores da Urca, e nele se informarem adequadamente de todas as fases deste longo processo, e não a "novela" por eles citada, antes de divulgar uma nota que poderá sim, transformar o pacífico e tranquilo bairro da Urca em palco de uma verdadeira e triste tragédia vaticinada por uma entidade sem o menor vínculo com nossas raízes.

Rio, 12 de junho de 2010.

Gabriel M. R.

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Oi Ancelmo, sou sua leitora e algumas vezes até colaboradora.

Moro na Urca desde que nasci e essa situação do IED é totalmente descabida.

Desde o principio a descobrimos que a prefeitura fez tudo de uma forma ilegal. Como você deve saber, a Prefeitura faz as coisa de qualquer jeito sempre que quer, normalmente de forma ILEGAL.

Fez a sessão DE UM PÉDIO PÚBLICO por 50 anos SEM LICITAÇÃO para uma empresa estrangeira!!!!

A área não permite POR LEI um curso superior. Imagine uma universidade com 500 alunos dentro da Urca em horários específicos de saída e entrada.

Vc conhece nosso bairro? Deveria vir aqui para saber das nossas mazelas. A Urca vai parar!

Não deveria apoiar o IED dessa forma sem conhecer todo o processo que a Urca ainda está travando na justiça. Gostaria que vc pensasse bem no outro lado da moeda, antes de colocar uma nota dessas...o que será que vai acontecer nesse bairro “acanhado” de pois que o IED chegar?

Conseguimos embargar a escola PORQUE É TUDO ILEGAL!!!

Mas, como se fala por aí, ILEGAL, E DAÍ?

DESTRUIR MAIS UM BAIRRO? E DAÍ?

VAMOS FECHAR LOGO A URCA PARA AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS, QUE TAL A IDÉIA?

PERTO DO PÃO DE AÇÚCAR, LUGAR IDEAL PARA OS TURISTAS E EMPRESÁRIOS DESAVISADOS.

Darei menos credibilidade as suas notas daqui para frente.

Ah, antes que me esqueça, os próximos capítulos da “novela da justiça” serão bem interessantes, acompanhe!

Eles se arrastam porque as novelas da justiça são sérias, não são de brincadeira.

Obrigada, pela atenção.

Isabel G.

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CARO AMIGO ANCELMO:
A BATALHA DOS MORADORES DA URCA É, EM PRIMEIRO LUGAR, PARA PRESERVAR UM MONUMENTO QUE FAZ PARTE DA NOSSA HISTÓRIA E QUE FOI DADO DE PRESENTE A UMA INSTITUIÇÃO ESTRANGEIRA POR 50 ANOS.
EM SEGUNDO, PORQUE VAI CRIAR SÉRIOS PROBLEMAS DE TRÂNSITO E DE SEGURANÇA NO NOSSO BAIRRO.
IMAGINE SE O TEATRO MUNICIPAL EM LUGAR DE SER RESTAURADO FOSSE DADO PARA UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA?
E ANSELMO, SERÁ QUE VC PODE ME RESPONDER: QUEM É IED?
TODAS AS INSTITUIÇÕES QUE FUNCIONAM NO BRASIL TÊM ALGUÉM À SUA FRENTE.
NO CASO DO IED NINGUÉM SABE QUEM É.
VC SABE ME DIZER O NOME DA PESSOA QUE ESTÁ A FRENTE DO IED NA URCA?
UM ABRAÇO
BEATRIZ K.
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